quarta-feira, 23 de julho de 2014

Resenha - A Seleção


"Num mundo pós Quarta Guerra Mundial, temos o país de Illéa dividido por castas. Sendo oito, e quanto maior o número, maior a pobreza. America Singer é uma cinco, e um dia se vê praticamente obrigada a participar da Seleção, um concurso que elege 35 jovens à disputar pelo amor do príncipe e se tornar a princesa. Surpreendentemente a garota é sorteada e se muda para o palácio, tendo sua vida completamente modificada para sempre."
E em ritmo de Copa comecei a ler o livro sobre a nossa Seleção... opa, peraí! Ok, a piada foi horrível, mas toda vez que falava o nome desse livro, as pessoas me perguntavam se tinha alguma relação com futebol. Não, gente! Não tem nada a ver, muito pelo contrário. Temos um livro (super hiper mega blaster) feminino, e que eu aconselho os homens que gostam de histórias másculas a manterem distância (acho que por isso a capa é uma garota de vestido, como se estivesse num desfile né?!).
America Singer é a nossa protagonista (uma curiosidade: singer em inglês é cantor, e por algum motivo mágico e extraordinário, nossa personagem nasceu com talento para a coisa e trabalha com isso... nossa, quanta breguisse, senhor!) e é uma ruiva, muito determinada, atrevida, boazinha, com espírito de heroína e linda, sério, o livro nos lembra de cinco em cinco parágrafos o quanto America é bela e perfeita e se destaca entre as outras.
Ela vive com a família (mãe, pai, irmão mais novo e irmã mais nova) e trabalha duro para conseguir uma renda extra para eles todo mês. A história já começa com o recebimento da carta convidando-a para a Seleção e sua mãe está determinada a fazê-la entrar, já que com a Seleção ela irá: perder de 7X1, subir automaticamente para a casta três, sua família receberá uma ajuda financeira e claro, ela poderá ficar com o príncipe e ser da realeza.
Mas America não quer isso! E eu fiquei me perguntando o que a impedia de não fazer de sua vida e da vida de sua família um mar de rosas. E é aí que descobrimos que ela tem um namoro secreto (secreto porque sua mãe deseja que ela se case com um garoto de melhores condições) com um Seis, um jovem chamado Aspen que a ama muito e faz de tudo para deixá-la feliz. E ele a surpreende querendo que ela participe da Seleção, quando a mocinha já tinha decidido que não iria. "Mas uai, porque ele quer que sua namorada case com outro?" Simples, o garoto não queria ser o responsável por fazer sua amada desistir de algo. Então ela se convenceu e se inscreveu para a Seleção.
E uma coisa que ela descobre: o tal sorteio das 35 garotas é baseado na beleza, e as escolherão em base de uma foto tirada no dia da inscrição. Claro, para ser a princesa o critério mais importante é a beleza, dã!
Nesse meio tempo, Aspen tem uma crise de orgulho por não poder dar a America coisas boas e termina com ela - só para um triângulo amoroso com o príncipe poder acontecer (ó, nem vem falar que isso é spoiler porque triângulo amoroso tá mais manjado que vampiro nos livros juvenis de hoje em dia).
America é então escolhida, vai para o castelo e os fatos seguintes são os mais clichês possíveis: todos se surpreendem, America faz uma amiga que é muito divertida e dá o toque de humor do livro, ela se destaca entre as outras do castelo por ser a mais simples e ter uma beleza "fora do comum", ganha amizades e inimizades, conhece a metida que vai querer acabar com o sonho de todo mundo (garota chamada Celeste, que é riquinha e esnobe) e claro, o príncipe se encanta por ela.
Tá, pra eu não contar o livro todo vou ser bem direta e dizer os pontos negativos e positivos.
Negativos:
- America é perfeita demais! A mais bonita e a mais boazinha. Acho que por isso que não me apeguei a ela. Poxa, as pessoas tem defeitos até onde eu saiba, não é?
- Maxon, o príncipe, é uma graça, mas isso é clichê demais! Ele está sempre aberto a críticas sobre o governo, perdoa tudo que é desaforo, ainda mais vindo de America, é fofo, sensível, lindo... E isso o deixou meio vazio, pois isso é uma fórmula pronta já, e que já foi usada demais.
- A autora não desenvolveu direito os personagens, perdendo tempo com muitas cenas desnecessárias. Ok, isso é perdoável, pois terá mais livros, mas podia ter falado mais dos outros e não centralizar tanto em características irrelevantes da America.
- Cenas surreais demais. Tipo, eu sei que é um livro de ficção, mas há coisas que precisam ser mais realistas, como, por exemplo: America trata o príncipe como um qualquer. Cara, ele é o príncipe! Sua mãe não te ensinou a ter respeito não?
- O amor de Maxon por America. Geeeente, que coisa mais clichê! Acho que virou obrigação ter triângulo amoroso nas histórias né?!
- Interrupção brusca de assuntos mais sérios (como invasão dos rebeldes) para se falar de beleza, vestidos...
Positivos:
- A autora tem uma escrita leve e que faz a leitura ser bem rapidinha. Acabei o livro em seis dias!
- A capa é muito bonita. Chama muita atenção e a foto tem muito a ver com America.
- A autora é formada em história e isso a ajudou a formar a situação atual do nosso planeta no livro. Colocando guerras interessantíssimas (pena que não deu nem três páginas de livro).
- Celeste foi uma personagem clichê, mas ela passava realidade e dava muita raiva da garota. Às vezes, ela insultava alguém e até parecia que era comigo!

Esse livro não foi dos meus preferidos. Os personagens não me conquistaram, a história não me comoveu e tudo parecia meio forçado. Se você quiser um livro só pra distrair, eu aconselho lê-lo. Ah, e muita gente ao redor desse mundo adorou, então, tirem a prova!

Obrigada, por tudo! Beijos!

NOTA: 5,5/10

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